A LIRA DE PINDOBAÇU

Esta lira já tem seu guardião, protetor, tocador e emissor de vibrações divinas. Reclusa, quase secreta, congrega e concilia os ideais e aspirações de toda uma juventude, ainda pura no seio desta pequena cidade circundada de verde e imersa no oceano infinito dos tempos: Pindobaçu.

Pouco se tem escrito sobre ela; portanto, mantém-se singela e não poluída pelas águas das ambições desmedidas e dos sonhos grandiosos daqueles que ainda não aprenderam sobre a beleza e força do simples.

Este jovem, entretanto, já fez soar sua lira, e esta, já foi ouvida para muito além das suas montanhas...

Revelo, pois, o nome deste alvissareiro poeta, HERONALDO RAMOS, doravante canal constante da poesia que se fez ou se fará brotar das fontes puras de seus jovens de todas as idades, uma vez que essa eterna fonte de juventude e beleza irá fortalecer e renovar os canais de comunicação dessa linda cidade; para ele, nossos votos de imaginação, inspiração, intuição e insight – constantes, para que o Amor se revele em suas múltiplas formas atingindo os corações daqueles que buscam compreender a verdade sobre si mesmos.

Tânia Belfort

DEDICATÓRIA – a todos os amantes

“...vós que me amastes pelo tímido início
de amor que vos tinha e do qual me evadia,
pois o espaço que amava em vosso rosto
em espaço cósmico se transformava.

- Enquanto aguardo diante do palco dos títeres – não,
quando me transformar inteiramente num intenso olhar...
um Anjo surgirá para refazer o equilíbrio,
como o ator que anima os títeres, Anjo e boneco:
haverá por fim espetáculo.

Congrega-se então o que, sem cessar,
nossa existência mesma desagrega.
E nasce das nossas estações
o ciclo da transformação total.

Muito acima de nós,
o Anjo brincará...”

Rainer Maria Rilke

Elegias de Duíno

terça-feira, 21 de outubro de 2008


NIETZSCHE


Nietzsche pensou o mundo como uma

“grandeza indeterminada de força”,

que apresenta um número calculável de

combinações...

tudo o que já ocorreu virá a existir novamente:

o cosmos é concebido como um

curso circular de séries absolutamente idênticas,

atendendo única e exclusivamente à “vontade de potência”.

Essa concepção do universo

abole as noções de princípio e fim

e coloca o homem em meio a um

curso circular infinito. Vejamos...

“(...) Homem! Tua vida inteira, como uma ampulheta,

será sempre desvirada outra vez

e sempre se escoará outra vez,

- um grande minuto de tempo no intervalo,

até que todas as condições,

a partir das quais vieste a ser,

se reúnam outra vez no curso circular do mundo.

E então encontrarás cada dor e cada prazer

e cada amigo e inimigo

e cada esperança e cada erro

e cada folha de grama

e cada raio de sol outra vez,

a inteira conexão de todas as coisas.

Esse anel, em que és um grão,

resplandece sempre outra vez.

E em cada anel da existência humana

- em geral há sempre uma hora -

em que primeiro para um,

depois para muitos,

depois para todos,

emerge o mais poderoso dos pensamentos,

o pensamento do eterno retorno de todas as coisas:

- é cada vez,

para a humanidade,

a hora do "meio dia".

(O Eterno Retorno...)

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